quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Neeleman apontou a falta de infraestrutura dos aeroportos

David Neeleman, presidente da Azul, apontou a falta de infraestrutura dos aeroportos brasileiros e a burocracia para investimentos como um dos grandes problemas do setor aéreo no país.

Segundo o empresário a previsão é de que três vezes mais pessoas passem a utilizar o transporte aéreo, o que implica a necessidade de 300 novas aeronaves e quatro mil pilotos, além da melhor utilização dos aeroportos.

“O mercado de aviação no Brasil poderia ser quatro vezes maior, mas com a infraestrutura que temos hoje não há condições de todo mundo voar. A Infraero, como instituição do governo, está amarrada, é muita burocracia. Só para pintar um pátio no aeroporto demora um ano", criticou Neeleman.

Para o palestrante, uma das saídas seria transformar a Infraero em um órgão independente do governo, dotado de um conselho de administração transparente. "Não acredito que a privatização seja uma solução, pois tende a aumentar custos. Na Argentina, México e Inglaterra, onde os aeroportos foram privatizados, foi desastroso, hoje possuem as tarifas mais caras do mundo", exemplificou.

Além da questão burocrática, Neeleman ressaltou o alto custo dos produtos, quatro vezes maior do que nos Estados Unidos, como barreira aos investimentos no Brasil.

"É um fator que está impedindo o Brasil de crescer. Quanto mais barato forem as mercadorias em um país, maior é a produção, maior a geração de emprego, é bom pra todo mundo", referiu.

Embora a maior dificuldade da Azul no Brasil, de acordo com o empresário, tenha sido com os custos, como as tarifas que chegam a ser 150% mais caras, o cenário ainda é otimista para a companhia: “as oportunidades no Brasil ainda são maiores que os desafios”, concluiu.

A palestra de Neeleman foi destaque do Painel Investimento Estrangeiro, um dos seis temas do 23º Fórum da Liberdade que encerrou nesta terça-feira, 13, em Porto Alegre.

A atividade ainda contou com a presença de Fernando Navarrete, economista do Banco da Espanha e de Tom Palmer, vice-presidente de Programas Internacionais do Cato Institute
Baguete - Juliana Franzon

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