sábado, 8 de janeiro de 2011

INFRAERO

A Infraero não pode ser moeda de troca.

O filme não é novo. A confusão se instala, e lá está de novo a INFRAERO no olho do furacão. Todo mundo já se acostumou e nem mais se questiona a veracidade do fato.

Os capítulos que se seguem também já não mostram nenhuma novidade com um conjunto de pseudo-especialistas, a maioria das vezes, saídos de Universidades com cursos duvidosos, mas com uma característica em comum: Eles sempre tem uma solução mirabolante para o futuro perfeito da infraestrutura aeroportuária no Brasil. O tempo passa até que o ciclo se renove e tudo recomece.

Estamos em 2011 é de se assustar a falta de conhecimento que ainda perdura sobre o papel da Infraero dentro do contexto da aviação brasileira, principalmente entre os formadores de opinião. Nove entre dez ainda acham que a regulamentação do sistema, a fiscalização das empresas e outros fatores que têm causado a maior parte dos aborrecimentos causados aos passageiros deveriam ter sido resolvidos pela Infraero.

Talvez a herança dos últimos anos tenha contribuído para isso, mas também há de se considerar a miopia coletiva desses comunicadores que nem de longe foram capazes de informar a limpeza efetuada dentro dos nossos quadros nos últimos dois anos com a exoneração de apadrinhados políticos, causando a ira de inúmeros caciques da política nacional.

Com a distribuição de cargos do governo o fantasma ressurge e corremos o risco de uma nova investida de apadrinhados em busca de uma vaguinha.

Senão vejamos:

A batalha acirrada que está sendo travada para a nomeação dos cargos de segundo escalão é um pouco diferente do ano de 2003, mas as conseqüências podem ser até piores atingindo novamente em cheio a infraestrutura aeroportuária e a Infraero. Notem que mesmo constantemente atacada e taxada como responsável por todos os males da aviação, ela ainda é extremamente cortejada e desejada por políticos com intenções no mínimo duvidosas. Quais seriam então os reais motivos desse interesse?

Nesses primeiros dias de janeiro a pressão já é muito grande tendo obrigado o novo Governo a paralisar o processo de preenchimento de cargos do segundo escalão para tentar negociar. Não restam dúvidas de que se nada for feito a Infraero entra nesse pacote e mais uma vez o critério técnico dará lugar à perniciosa barganha política que julgávamos morta e enterrada dentro da Empresa.

É justamente por esse motivo que nós, empregados da Infraero nos levantamos e, sem nenhum cunho partidário ou corporativo, denunciamos que todos os estudos que estão sendo realizados, todo o trabalho que está sendo executado poderão vir por água abaixo caso o novo governo seja obrigado a ceder espaço técnico a políticos sem conhecimento técnico do setor aeroportuário.

Portanto, nesse momento crucial, exigimos do governo uma postura dura e responsável, afastando definitivamente a possibilidade de nos tornarmos novamente uma simples moeda de troca.

Reafirmamos que jamais tivemos, ou teremos medo da concorrência privada, pelo contrário, queremos estar submetidos às mesmas regras dos futuros aeroportos privados. Queremos liberdade para contratar as obras, queremos que as tarifas cobradas nos aeroportos recomponham os custos do setor, queremos comparar o nosso trabalho com outros administradores. Acreditamos que a convivência com outras administradoras nos fará bem e, acima de tudo, dará aos críticos uma ótima oportunidade de comparar as competências.

Não podemos admitir, no entanto o retrocesso da ingerência política num setor extremamente técnico e delicado, fato que num passado recente nos levou do céu ao inferno, e de onde com muito trabalho estamos tentando sair.

Por fim, se no final de ano e nesse período de férias os passageiros e usuários dos aeroportos estão sendo atendidos em suas reclamações, é graças a empregados dedicados da Infraero que com seus coletes amarelos, e não de outra cor, estão diuturnamente nos aeroportos atendendo reclamações que na maioria das vezes não é responsabilidade da Empresa.


Associação Nacional dos Empregados da INFRAERO - ANEI

Nenhum comentário:

Postar um comentário