terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

INFRAERO

22/02/2010 14:20

Governador Requião apoia sindicato contra a privatização dos aeroportos
O governador Roberto Requião manifestou nesta segunda-feira (22) apoio ao Sindicato Nacional dos Aeroportuários no combate às propostas de privatização dos aeroportos brasileiros. Requião ressaltou que aeroportos em pequenas cidades, que tenham pouco tráfego, não precisam ser estatais, mas as principais vias e o controle do sistema aéreo sim. “É um equívoco do governo federal levar à frente essas propostas. Amanhã ou depois os aeroportos brasileiros estarão na bolsa, com empresas de outros países comprando e dirigindo aeroportos, e o País perde completamente o controle sob o transporte aéreo, que é fundamental em um país de nossas dimensões”, disse.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos, foi recebido por Requião no Palácio das Araucárias na manhã desta segunda-feira (22). Lemos lembrou que 68 aeroportos no Brasil são administrados pela Infraero, mas apenas 12 deles dão lucro. Ele alertou que são os locais com superávit que recebem maior pressão por concessões à iniciativa privada. “Hoje a Infraero é autossuficiente para construir, manter e administrar os aeroportos. Mas sem os maiores, que são lucrativos, os tesouros terão que aplicar dinheiro para manter os menores”, argumentou.

Lemos afirmou que diversas experiências em concessão de aeroportos no mundo deram errado. “A Argentina, que privatizou em 2000, está retomando o controle por completa falta de investimentos das empresas. Na Inglaterra, o governo teve que intervir porque as taxas se tornaram abusivas e no México a empresa concessionária terceirizou serviços da estatal, porque não sabia operar os aeroportos”, disse.

Requião defendeu que o debate sobre a privatização seja feito de forma pública e transparente. “A ministra Dilma Roussef disse na convenção do PT que não admitirá mais privatizações. Mas ela não é a chefe da Casa Civil? Como é que essas privatizações estão andando? Eu acho que a melhor maneira de resolver isso é tornar pública essa discussão”, afirmou.

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