segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Estábulo

Escrito por Edilberto José Gassner, O Estábulo conta a história emocionante de uma colônia e seus moradores que tiveram suas vidas transformadas pela construção de uma Base Aérea, onde hoje é o Aeroporto Internacional Afonso Pena.





O Estábulo

Por Edilberto José Gassner



- Mas você não acha um exagero, um barracão com esta finalidade ser construído em alvenaria, se nossa própria casa é em madeira, e me diga uma coisa, onde você viu uma estrebaria em alvenaria, você conhece alguém que tenha isto?
- Não mulher, não conheço mas entenda, nosso ganha pão são as vacas, que é claro produzem o leite para o queijo; depois se fizermos em alvenaria, teremos um prédio com uma vida útil muito prolongada. Certamente nossos bisnetos ainda desfrutarão desta benfeitoria, diga-se uma ótima feitoria, pois se conservado, o prédio vai durar muito tempo. Certamente suas vigas verão o ano dois mil chegar; coisa que nós não veremos; depois disto a Deus pertence. Você sabe do meu sonho, coisa que venho falando há muito tempo; do meu desejo desta construção, e agora resolvi, já esperei demais vou dar inicio.

- Nossa casa é nova e bem organizada, com todos os cômodos em perfeita harmonia com a nossa necessidade; agora é hora de iniciar a construção. - Já pensei em como será a disposição do estábulo, bem como suas divisões. Coloquei no papel um croqui que poderão seguir para a execução. Quero uma obra de primeira.

- Já conversei com os pedreiros e carpinteiros, farão a lista dos materiais necessários. No máximo até semana que vem já poderemos ver em quanto será nossa despesa, com mão de obra e materiais.

- Chegaram as vigas, todas com comprimento total de dez metros, dez polegadas de largura por cinco polegadas de espessura; elas permitirão que não tenha nenhum pilar dentro do prédio, ainda haja espaço para fazer um depósito interno na parte de cima. Por isto quero um vão livre de dez metros na largura e quinze metros de comprimento, com uma sala contigua para depositar ração, farelo e a trituradora de cana e todo o alimento necessário para os animais. Haverá ainda um pequeno escritório dentro deste espaço, para as anotações e controles necessários.

A equipe, na data marcada, inicia as obras de fundação. As valetas para o alicerce já dão o formato do prédio. Chega o domingo. O queijeiro satisfeito, de mãos dadas com sua esposa, fazendo planos para o futuro. A obra localiza-se a uns trinta metros da residência. Os dois se orgulham do projeto, um tanto ousado, mas afinal é um investimento que será muito bem compensado. Os dois imaginam como será a obra após o termino e continuam fazendo mil planos. O local já fora anteriormente escolhido, nos fundos da residência, um local mais elevado com relação á casa, de onde depois de pronto, teriam uma ótima visão.

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domingo, 2 de agosto de 2009

Arco Iris Viação Aérea S/A


A Arco Iris Viação Aérea S/A. recebeu autorização para voar em março de 1945. Em 12 de julho de 1946 começava a operar com uma frota de 7 (sete) De Havilland DH-89 Dragon Rapide avião bimotor britânico, com trem de aterragem convencional fixo, asas em tela e fuselagem em contraplacado, transportava dois tripulantes e seis passageiros. Voava de São Paulo para as cidades do oeste do Estado e a primeira empresa aérea a operar em Londrina. As matrículas eram PP-AIA, PP-AIB, PP-AIC, PP-AID, PP-AIE, PP-AIF, PP-AIG.

As aeronaves acidentadas PP-AIB foi perdido em Fartura, SP em 24.12.1946, PP-AIE acidentou-se em Araranguá, SC em 31.10.1948, PP-AID acidente em Congonhas/SP em 1946 com perda total, e o resto da frota foi vendido.

No final de 1948 a companhia faliu devido sua delicada situação financeira. Mesmo falida um grupo de investidores de Caxias do Sul tentou reerguer a empresa, alterando inclusive sua sede para aquela cidade, mas sua autorização foi cancelada definitivamente em junho de 1950.

Descrição
Fabricante De Havilland Aircraft Co. Ltd. / Grã Bretanha,
Primeiro vôo Abril de 1935
Missões de transporte Especial
Tripulação 2
Comprimento 10,50 m
Envergadura 14,60 m
Altura 3,12 m
Área (asas) 30,24 m²
Peso total 1453 kg
Peso bruto máximo 2491 kg
Motores 2 x De Havilland Gipsy Queen II de 6 cilindros em linha, invertidos
Força (por motor) 200 hp kN
Velocidade máxima 251 km/h (Mach: )
Alcance 950 km
Teto máximo 5100 m

segunda-feira, 20 de julho de 2009

1946 - 1959

AEROPORTO AFONSO PENA

A área pertencente ao Aeroporto Afonso Pena, num total de 250 (duzentos e cinqüenta) alqueires, se constitui em parte da área da Colônia Afonso Pena, ali implantada no início do século em homenagem ao 6º (sexto) Presidente da República, Afonso Pena, no período de 1906 a 1909.

Nessa ocasião, nos primeiros anos deste século, o Governo Federal desapropriou a área de uma fazenda, no Município de São José dos Pinhais, de propriedade do Senhor Matias Mendes. Dividiu-a em pequenas chácaras (6 alqueires) e ali assentou uma colônia de imigrantes poloneses e alemães (incentivados pela política de colonização para a agricultura), efetuando-se a ocupação no início deste século.

Devido á entrada do Brasil na II Grande Guerra, o Ministério da Guerra, através dos órgãos responsáveis pela aviação (que dariam origem ao atual Ministério da Aeronáutica), nos anos de 1940 a 1942, efetuou um minucioso levantamento da área dessa colônia, em função dos ventos dominantes, desapropriando a área correspondente ao antigo Aeroporto Afonso Pena, para a construção das pistas de pouso, com o mesmo traçado hoje existente.

Desde a década de 30, a aviação civil e militar se estabeleceu no Bairro do Bacacheri, que anos mais tarde teria por denominação Aeroporto de Bacacheri. A única pista de Bacacheri tinha como origem a doação feita pelo interventor Manoel Ribas, meses após a criação do Aero Clube do Paraná. Época conturbada, em que várias iniciativas foram registradas com intuito de fortalecer a aviação no Brasil.

No ano de 1932 é criado o Aero Clube do Paraná, numa assembléia realizada na Casa do Mate Palácio Avenida João Pessoa. Quatro meses após sua criação, o Aero Clube obtém o campo de aviação doado pelo interventor Manoel Ribas, com área de 500 x 500 metros, no Bacacheri, no local da Escola de Capatazes da Escola de Agronomia.

A 4 de maio de 1932, aterrizou o primeiro avião: um Tiger Moth, pilotado pelo Capitão Rolland, procedente de São Paulo, tendo por passageiro Joachin Von Ribbeck, que viajou 3 horas e 10 minutos em vôo direto.

Em 1933, o CAM - Correio Aéreo Militar (Atual CAN - Correio Aéreo Nacional), criou a rota São Paulo/Sorocaba/Itapetininga/Faxina/Curitiba. A ligação com São Paulo veio pela Aviação comercial, em 1933 e logo depois à Joinville e Florianópolis, pela empresa Aero-Loyd Iguassu S/A, que mais tarde foi absorvida pela VASP, utilizando pequenas aeronaves em seus percursos (capacidade para quatro passageiros).

Em janeiro de 1946, com a guerra terminada, a aviação civil passou a operar efetivamente na Base Aérea Afonso Pena, moderna e recém construída. Operavam com vôos regionais e internacionais, nesta época, as seguintes companhias:1 - VARIG - iniciada em 15 de janeiro de 1946 no Aeroporto de Bacacheri, com a linha Florianópolis/Porto Alegre/Pelotas/Jaguarão e Montevidéu; 2 - CRUZEIRO DO SUL; 3 - REAL - Com vôos regionais e Assunção, em 1955; 4 - PANAIR - Assunção em 1946; 5 - AERONAVIS BRASIL - Atendendo a linha Rio de Janeiro/Poços de Caldas e Porto Alegre, bem como linhas internacionais.

A construção original do Aeroporto Afonso Pena, deu-se no período de maio de 1944 à abril de 1945, tendo como construtores o Ministério da Aeronáutica em cooperação com o Departamento de Engenharia do Exército Norte-Americano. A Base Aérea Afonso Pena, como era então conhecido o Aeroporto, tinha como finalidade básica servir de ponto estratégico para as operações aliadas durante a II Guerra Mundial. Devido ao fato de ser construído nos últimos meses da guerra, o Aeroporto foi pouco utilizado, prevalecendo posteriormente, o uso pela aviação civil.

Quando a Base Aérea passou a atender a Aviação Civil, foi construída uma estação de passageiros, que esteve em uso até 1959. Era dotada de um bar, sala de espera, área ajardinada, além de escritório de administração e manutenção, bomba de gasolina, caixa d'água, farol, torre de controle (construída em madeira e com altura de 35,00 m), balizamento de pista (luz amarela), gerador de energia alternativa, além de equipamento de rádio-transmissão-recepção.





Em 1959 o Aeroporto Afonso Pena era o quarto aeroporto em movimento de aeronaves, quando o Ministério da Aeronáutica precisou construir uma nova estação de passageiros com área de 2.200,00 m2. Este terminal de passageiros, foi inaugurado em 05 de fevereiro de 1959, durante o Governo de Moysés Lupion. Era então Ministro da Aeronáutica o Brigadeiro Menescal. As obras executadas em 1959 permaneceram inalteradas até a década de 70.