Problema está em pistas, diz consultor
Para ex-diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC), investimentos não devem ser concentrados em terminais de passageiros
Tânia Monteiro e Marta Salomon - O Estado de S.Paulo
Na contramão do diagnóstico apresentado até aqui pelo governo nos investimentos previstos para a ampliação dos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014, o brigadeiro Venâncio Grossi, consultor e ex-diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC), aponta que o problema está nos pátios e pistas dos aeroportos.
Lotação. Especialista avalia que 60% dos problemas dos aeroportos brasileiros se resolveriam com investimentos para facilitar pouso dos aviões e agilizar embarque dos passageiros
Obras em pátios e pistas são parcela minoritária nos investimentos de mais de R$ 5 bilhões planejados pela Infraero, a estatal que administra os aeroportos nas 12 cidades-sede da Copa. A maior parte dos investimentos está concentrada em terminais de passageiros.
"O problema fundamental dos aeroportos brasileiros é pátio, é pista, não é terminal. Não adianta fazer puxadinho porque ele só vai servir para encher de gente ali sentada. Precisa de mais pátios, novas áreas de estacionamento e novas saídas rápidas", avaliou o brigadeiro.
"O problema é ter lugar pra colocar o avião no chão, mesmo que não tenha finger (túnel)", completou. Para Grossi, 60% dos problemas dos aeroportos do País se resolveriam com investimentos em pistas e pátios.
Ocorre que esse tipo de obra não é tão atrativa aos futuros concessionários interessados na operação dos aeroportos. A maior parte do lucro vem da exploração de espaços comerciais instalados nos terminais de passageiros.
No caso do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), responsável pelo maior volume de investimentos previstos no pacote para a Copa do Mundo (R$ 1,2 bilhão), a ampliação e a revitalização do sistema de pistas e pátios consome apenas cerca de 30% do total dos investimentos previstos.
O governo chegou a falar em privatizar a construção do terceiro terminal de passageiros de Cumbica, obra de custo estimado em mais de R$ 700 milhões.
No aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), não há investimentos previstos em pistas ou pátios para aeronaves.
A situação é a mesma no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. "No caso do Rio, fizeram o terminal dois, mas não terminaram nem a pista e nem o pátio, é um absurdo", avalia o brigadeiro Grossi.
Regime especial. O atraso nas obras em aeroportos previstas no cronograma de investimentos para a Copa do Mundo levou o governo a estudar regime especial de contratação de obras, que será objeto de uma medida provisória a ser editada pela presidente Dilma Rouseff e a anunciar também a concessão de partes da infraestrutura aeroportuária à iniciativa privada.
De acordo com o mais recente cronograma divulgado pela Infraero, as obras nos aeroportos brasileiros deverão ficar prontas até dezembro de 2013, ou seja, daqui a dois anos e oito meses.
A preocupação com os investimentos em aeroportos foi manifestada desde a montagem do governo Dilma Rousseff , quando a presidente decidiu criar a Secretaria da Aviação Civil, com status de ministério, para cuidar desse setor.
Na avaliação do brigadeiro Grossi, a capacidade operacional dos aeroportos brasileiros depende mais de pistas e pátios de aeronaves do que de terminal de passageiros. "Sem espaço para pousar o avião, as companhias não conseguem usar seus aviões mais de dez horas por dia, que seria o ideal", diz o especialista.
Para ex-diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC), investimentos não devem ser concentrados em terminais de passageiros
Tânia Monteiro e Marta Salomon - O Estado de S.Paulo
Na contramão do diagnóstico apresentado até aqui pelo governo nos investimentos previstos para a ampliação dos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014, o brigadeiro Venâncio Grossi, consultor e ex-diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC), aponta que o problema está nos pátios e pistas dos aeroportos.
Lotação. Especialista avalia que 60% dos problemas dos aeroportos brasileiros se resolveriam com investimentos para facilitar pouso dos aviões e agilizar embarque dos passageiros
Obras em pátios e pistas são parcela minoritária nos investimentos de mais de R$ 5 bilhões planejados pela Infraero, a estatal que administra os aeroportos nas 12 cidades-sede da Copa. A maior parte dos investimentos está concentrada em terminais de passageiros.
"O problema fundamental dos aeroportos brasileiros é pátio, é pista, não é terminal. Não adianta fazer puxadinho porque ele só vai servir para encher de gente ali sentada. Precisa de mais pátios, novas áreas de estacionamento e novas saídas rápidas", avaliou o brigadeiro.
"O problema é ter lugar pra colocar o avião no chão, mesmo que não tenha finger (túnel)", completou. Para Grossi, 60% dos problemas dos aeroportos do País se resolveriam com investimentos em pistas e pátios.
Ocorre que esse tipo de obra não é tão atrativa aos futuros concessionários interessados na operação dos aeroportos. A maior parte do lucro vem da exploração de espaços comerciais instalados nos terminais de passageiros.
No caso do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), responsável pelo maior volume de investimentos previstos no pacote para a Copa do Mundo (R$ 1,2 bilhão), a ampliação e a revitalização do sistema de pistas e pátios consome apenas cerca de 30% do total dos investimentos previstos.
O governo chegou a falar em privatizar a construção do terceiro terminal de passageiros de Cumbica, obra de custo estimado em mais de R$ 700 milhões.
No aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), não há investimentos previstos em pistas ou pátios para aeronaves.
A situação é a mesma no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. "No caso do Rio, fizeram o terminal dois, mas não terminaram nem a pista e nem o pátio, é um absurdo", avalia o brigadeiro Grossi.
Regime especial. O atraso nas obras em aeroportos previstas no cronograma de investimentos para a Copa do Mundo levou o governo a estudar regime especial de contratação de obras, que será objeto de uma medida provisória a ser editada pela presidente Dilma Rouseff e a anunciar também a concessão de partes da infraestrutura aeroportuária à iniciativa privada.
De acordo com o mais recente cronograma divulgado pela Infraero, as obras nos aeroportos brasileiros deverão ficar prontas até dezembro de 2013, ou seja, daqui a dois anos e oito meses.
A preocupação com os investimentos em aeroportos foi manifestada desde a montagem do governo Dilma Rousseff , quando a presidente decidiu criar a Secretaria da Aviação Civil, com status de ministério, para cuidar desse setor.
Na avaliação do brigadeiro Grossi, a capacidade operacional dos aeroportos brasileiros depende mais de pistas e pátios de aeronaves do que de terminal de passageiros. "Sem espaço para pousar o avião, as companhias não conseguem usar seus aviões mais de dez horas por dia, que seria o ideal", diz o especialista.
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