Cada macaco no seu galho! Mas não esqueça que a árvore é a mesma!
A questão aeroportuária no Brasil passou a ser assunto de botequim. Isso em decorrência do enorme crescimento da demanda pelos serviços aéreos e pelo fato de mais brasileiros estarem voando. Ademais, os problemas vivenciados nos anos de 2006 e 2007 ainda estão na mente da maioria dos usuários do sistema.
O interesse que o assunto passou a ter faz com que todos os dias novas notícias surjam, na maioria das vezes, prevendo o próximo caos. Felizmente, pelo esforço das pessoas envolvidas nas operações aéreas, o caos não está ocorrendo. Mas, ainda ocorrem muitos problemas que poderiam ser evitados.
É importante notar que os papeis nesse enorme sistema estão mais claros e as críticas agora estão sendo dirigidas diretamente aos responsáveis pelos problemas que aparecem de vez em quando.
Nos últimos meses ocorreram dois problemas graves no sistema. Os dois tiveram a mesma causa: a falta de tripulantes. Duas importantes empresas aéreas causaram diversos transtornos a seus clientes, pois seus tripulantes estavam com excesso de horas as voadas. Muitos voos foram cancelados e pessoas tiveram enormes prejuízos.
Há algum tempo toda essa querela teria sido colocada sobre o colo da Infraero, por ser a operadora dos principais aeroportos brasileiros (e, também, por ser um ente do Governo Federal). Todavia, todos os noticiários trataram o assunto de forma bastante isenta. Primeiro, culpando as próprias empresas geradoras dos transtornos. Depois, exigindo ações mais enérgicas da Anac na fiscalização e adoção de medidas punitivas.
A boa notícia é que finalmente as pessoas parecem compreender melhor o papel de cada ente que atua no aeroporto. A má, entretanto, é que não importa o causador dos problemas, o sistema é avaliado de forma conjunta. Assim, as falhas das empresas aéreas, embora não sejam de responsabilidade deste ou daquele outro ente envolvido na operação, denigre a desgastada imagem do setor aéreo brasileiro.
O melhor então é todos buscarem evitar os erros. Do lado da infraestrutura, é importante que a operação seja feita com qualidade, de modo a minimizar as deficiências em alguns aeroportos, até que sejam corrigidas. Os órgãos públicos precisam disponibilizar equipes para cumprir seu importante papel na fiscalização de pessoas, cargas e aeronaves. As empresas aéreas precisam ampliar equipes em terra e no ar para melhorar os níveis dos serviços. E isso vale para todas as demais partes.
Na verdade, o que o usuário anseia é por serviços condizentes com a conta que ele paga. Ninguém no aeroporto está trabalhando de graça. Ninguém está fazendo favor. Todos são responsáveis por aquilo pelo qual são devidamente remunerados.
O que se vê é que se o ditado “cada macaco no seu galho” tem algum sentido no aeroporto, não se pode esquecer que a árvore é a mesma e que quem sustenta todos é sua Excelência o Senhor Passageiro.
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